Tragédias com vazamento de gases

A epopéia humana de suprir produtos e serviços, para um número cada vez maior de pessoas,
atendendo a necessidade de energia, saúde, educação, alimentação, lazer etc., nas últimas décadas provocou uma corrida à descoberta de novas tecnologias. Dentre elas a sintetização e polimerização se destacam, possibilitando a produção de grande variedade de produtos, em quantidades que permitam o atendimento das exigências de consumo, com um menor custo ambiental. Para isso houve a ampliação do papel participativo da indústria química e petroquímica, com a descoberta e processamento de grandes volumes de substâncias químicas, como gases e vapores. - Porém, assim como o fogo, o que constrói, se fora de controle, também destrói; e nem sempre foi pacífica a convivência com gases e vapores tóxicos e inflamáveis. A experiência humana está repleta de acontecimentos indesejáveis, provenientes de vazamentos que geraram nuvens tóxicas e/ou explosivas.
É evidente que um vazamento de gás é sempre indesejável, desde o projeto de uma instalação; mas,
através do uso x tempo, fatores como fadiga, pressão, vazão, corrosão, vibração, falha operacional etc.,determinam que, em algum momento, o gás, até então contido, buscará um caminho alternativo, em local inapropriado, para se expandir, podendo causar enormes tragédias, como em:

1974 - Flixborough, Reino Unido: Explosão de uma fábrica de produtos químicos: 23 mortos, 104
feridos;
1978 – Manfredonia, Itália: Vazamento de Amônia de uma fábrica de produtos químicos – 10 mil
retirados;
1984 - Bhopal, Índia: Vazamento de pesticida de fábrica. 2500 mortos, milhares de feridos, 200 mil retirados;
1988 – Mar do Norte: Explosão da plataforma Piper Alfa, mais de 100 mortos;
1996 – Osasco, Brasil: Explosão de um Shopping Center, mais de 40 mortos e 200 feridos.
Os custos relacionados ao atendimento e remoção das vítimas, bem como das indenizações,
eventualmente inviabilizam a perenidade da empresa.
2011 - Center Norte: Vazamento de gás metano de um shopping Center, multa de 17.000,00 por dia, interdição por risco de exploção, com queda de 30% do faturamento, em um fim de semana.

Tais tragédias poderiam ter sido evitadas caso as instalações dispusessem de detectores de vazamentos,capazes de alertar as mínimas variáveis de mistura atmosférica, indicativas da presença de gases e vapores que lá não deveriam estar. Em alguns desses casos a planta era dotada de detectores de gases. - Então; não teriam funcionado?